Preguiçosa ou mal-entendido? Quando a visita da sogra se transforma num pesadelo emocional

Preguiçosa ou mal-entendido? Quando a visita da sogra se transforma num pesadelo emocional

“Tu és mesmo preguiçosa! É assim que se recebe uma convidada?” a visita da minha sogra tornou-se num pesadelo emocional.

Lembro-me, desde pequena, de uma regra simples: um convidado deve ser recebido com respeito e calor. A minha mãe adorava cozinhar, e cada visita de amigos ou familiares transformava-se numa festa. Com a minha irmã, ajudávamos na cozinha, o meu pai limpava tudo era feito em família, com carinho. Essa atmosfera de doçura, de aromas deliciosos e risadas ecoantes marcou a minha infância. Eu imaginava recriar esse ambiente em minha casa, quando fosse adulta. Mas a vida, por vezes, reserva outros cenários.

Quando casei com o Daniel, decidimos convidar os nossos familiares os meus e os dele. Acolhi a ideia com alegria, pois lembrava-me da casa da minha infância. O nosso lar depressa se tornou um local de encontros calorosos, de conversas intermináveis e de serões acolhedores. Mas um dia, ela apareceu. A mãe do Daniel. Uma mulher enérgica, severa, de caráter forte. Parecia simpática e acolhedora, mas por trás do seu encanto escondia-se uma ironia cortante, difícil de aguentar.

No início, fiz tudo a tempo e horas. Nas suas visitas, limpava até tudo brilhar, preparava pratos originais, queria impressioná-la. Mas a minha sogra parecia decidida a criticar desde o princípio. Na primeira visita, após um olhar rápido à mesa, estalou a língua:

“Isto foi tudo o que conseguiste fazer? Que falta de imaginação. Tinha melhor comida em casa.”

O meu coração apertou, tinha colocado todo o meu amor naquele jantar. Mas não disse nada a educação impediu-me de responder. Prometi a mim mesma redobrar os esforços na próxima vez. Depois, veio o aniversário do Daniel. Passei horas a preparar, procurei receitas refinadas, quis oferecer uma refeição excecional. A mesa estava repleta de iguarias. Esperava, finalmente, uma palavra amável.

Mas mal entrou na cozinha, o seu rosto endureceu. Nem sequer se sentou à mesa. Inspecionou cada prato, cheirou, e depois disparou:

“Meu Deus, estás a brincar? Chamas a isto um banquete? Tudo está salgado demais, a tarte está seca, as saladas sem sabor. Tu sabes mesmo cozinhar?”

Não aguentei. Saí da mesa e refugiei-me no quarto, chorando em silêncio na almofada. As palavras da minha mãe voltaram-me à memória: “És uma verdadeira dona de casa, vais safar.

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